sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Falando de religião

Há muito tempo atrás, os pastores cuidavam de suas ovelhas com amor, carinho, proximidade.
As ovelhas tinham nomes. Vistas uma a uma, tinham suas necessidades conhecidas e a cada uma o pastor dava a atenção devida.
Com o passar do tempo, os pastores não eram mais pastores. Criadores de ovelhas em larga escala, agora fazendeiros, criam milhares de ovelhas com rações padronizadas, vacinas, medicações, hormônios... Tudo igual para todos, de acordo com uma média estudada do que é necessário para ovelha em ponto de corte em menor tempo, dando-lhes maior produtividade.
Quando uma ovelha se perdia, o pastor saia a procurá-la, chamando-a pelo nome, deixando as outras no aprisco.
Mas se uma ovelha se perde, o criador não tem tempo nem interesse em ir atrás dela. O prejuízo é mínimo, porque as outras milhares ali estão.
Jesus comparou-se a um pastor. Ele, o Bom Pastor estava ali, e ainda está disposto a chamar-nos pelo nome, cuidar de cada uma de nossas necessidades individuais, para que nos desenvolvamos, cresçamos na fé, alcançando, no fim da vida, a vida eterna.
E esse exemplo deixou para os apóstolos.
Mas hoje, comparo padres e bispos aos criadores de ovelhas. Eles pregam para milhares, não nos conhecem pelo nome, não vão ao encontro de nossas necessidades individuais. Dão-nos a “ração” necessária, de acordo com a média.
Não os culpo, pois “a messe é grande e os operários são poucos”.
Mas quando nos afastamos do rebanho, não somos notados. Ninguém dá falta. Ninguém vai atrás nos chamar pelo nome.
Não retornamos ao aprisco...
E falsos pastores agarram ovelhas perdidas. Com um mínimo de cuidado e atenção, não voltam mais.
Lobos famintos devoram as jovens: drogas, álcool, luxúria...
E o que pode ser feito?
Quem pode mudar o rumo disso?
Só orar resolve?
E a ação?

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